Há tanto que gostava de poder dizer-te e hoje decidi escrevê-lo porque caso contrário se contenho mais, vou explodir. Fecha os olhos e recua no tempo. Lembras-te da primeira vez que falámos? Eu lembro-me. Foi muito estranho, parecia que estávamos a tentar nos evitar, a tentar fugir de algo que lá no fundo queríamos.
Fecha os olhos e recua no tempo. Lembras-te da primeira vez que nos beijámos? Eu lembro-me. Se fechar os olhos bem fundo, quase que consigo ouvir as nossas respirações bem aceleradas e o som do telemóvel a tocar em cima da mesa da cozinha.
Mas se eu voltar a tornar a fechar os olhos com bastante força ainda consigo sentir o teu perfume daquela noite, consigo sentir eu a tocar-te na tua camisola azul escura ás riscas brancas e vermelhas, consigo ouvir o teu gato no quarto e senti-lo a olhar para nós. Sinto os teus braços a confortarem-me e os teus beijos e carinhos.
Tenho vontade de te voltar a conhecer. De ficarmos perdidos nas horas a ver a série do "sobrenatural" entretidos em abraços e beijos, e no final perdermos sempre uma parte da série. Sinto-me bipolar. Numas horas sinto raiva de ti, como noutras sinto saudades horríveis de ti. Que me esmagam o coração, que me apertam, que me sufocam. O estrago que fizes-te foi enorme, nunca te deveria ter deixado entrar na minha vida. Foste aquele terramoto do Nepal que devastou tudo o que eu tinha de mais bonito em mim. Estou bem quando não te lembro, quando não penso nas nossas memórias, momentos, conversas.
Só queria que o tempo voltá-se atrás para poder-te ter dito isto abertamente com a condição que a tua resposta fosse a mesma que nos meus sonhos: "também tive saudades tuas". Já passou mais tempo do que o que eu gostava, e mesmo assim ainda te trago comigo. Acredito que para ti sou o passado e que fui mais uma pessoa na tua lista, mas eu preciso de fazer o meu luto, esquecer-me de ti, esquecer-me dos nossos momentos, das tuas palavras, dos teus beijos, esquecer o quanto me querias e quanto não me querias deixar ir embora.
Confesso que imaginei castelos, quando na verdade não passava de uma simples casa de madeira à beira mar. Não fui honesta contigo nem com quem me rodeava, secalhar nem comigo fui honesta, ou então nunca teria chegado a este ponto de sufoco.
É ridícula a forma em como continuas presente na minha mente depois de tudo, como sou constantemente "assombrada" por momentos que vivemos juntos. E tenho tantas saudades tuas, porra! Não me consigo esquecer daquele noite em que me olhas-te para mim completamente bêbedo e que disses-te: "Eu amo-te e vou dizer isso ao teu pai e a todos." Como eu queria ter-te beijado mas fiquei danada contigo. Queria-te (e quero-te?) tanto! Mas tive tanto medo. Ignorar-te era cada vez mais difícil e eu estava a deixar escapar tanta coisa que eu realmente queria viver. O teu beijo era a forma de acabar com o meu inverno gelado.
Rio-me de mim ao lembrar-me das tuas mensagens, em que dizias que davas tudo para estar comigo e agora nem és capaz de me cumprimentar quase ou ter uma conversa comigo. Se soubesses como isso me magoa. Como passamos de íntimos a totalmente desconhecidos tão rápido? Acho que nunca te entendi e mesmo assim continuo aqui, a sentir a tua falta.
Já não posso desabafar com mais ninguém, porque simplesmente disse que estou bem. Que já tinha passado e que me estava a cagar completamente para ti e para a tua vida. Mas não estou. Eu não sei o que quero, nem que "merda" é que provocas-te em mim, mas hoje será a ultima vez. Hoje morreste-me, e eu não quero mais lembrar de ti.
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