São fronteiras que nos distanciam. São muros enormes que nos impedem de atravessar. Impedem-nos de reviver tantas coisas que já vivemos. É saudade, é amor, daquilo que fomos juntos. São lágrimas de papel em que nelas estão escritas todas as palavras trocadas. São memórias no meu coração que a cada dia que passa me vai arrancando mais um bocado, que me vai doendo cada vez mais. São estas memórias que insistem em ficar a apoderarem-se de mim, do meu coração, cada vez mais, a cada minuto, cada segundo. Todos os dias recordo-me de ti, lugares onde estivemos, conversas trocadas. Isso lembra-me o que não quero lembrar. Lembro-me de tudo, tudo aquilo que tento esquecer à meses. O tempo continua a passar, todos dizem que tudo passa com o tempo. Mas quanto tempo mais será necessário para te esquecer? Quanto tempo mais terei de estar no mesmo sitio que tu e fingir que tudo está bem? Digo que está a passar ou que já passou, que já não me lembro dos nossos momentos, palavras trocadas, que não te amo e não sinto nada. Isso tira-me um peso de cima dos ombros, quase que me faz acreditar. Mas a verdade é que me lembro, lembro-me do primeiro beijo e do último, lembro-me de todos os pormenores, jantares, almoços no carro, passeios, presentes, discussões, sorrisos, abraços, aventuras, ... Poderia ficar aqui meses a escrever. E são estas memórias que me esmagam o coração, cada vez mais, a cada dia que passa. Até passar vou fingindo que tudo está bem. Até ao dia em que ficará tudo bem e que não terei mais de me mentir.
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